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OUTLAST 2 - ANÁLISE


Ser medroso nunca foi tão divertido como é em Outlast 2.

    Lançado em  2013 pela Red Barrels Outlast praticamente reinventou o estilo de survival horror nos games, utilizando um sistema de câmera em primeira pessoa e uma jogabilidade diferente, onde o personagem principal não pode se defender dos inimigos, restando apenas a opção de correr, se esconder ou morrer. Com vilões loucos e carismáticos e muito, mas muito gore, Outlast logo caiu no gosto do público e rapidamente se tornou um dos melhores jogos do gênero survival horror. O jogo foi tão recebido pelo público geral, que até a própria Capcom bebeu de suas fontes para fazer com que a franquia Resident Evil voltasse aos seus bons e velhos tempos de terror em Resident Evil 7, com muita, mas muita mesma base em Outlast em seu estilo de jogo.
   Obviamente que com o sucesso de Outlast e sua DLC The Whistleblower, uma sequência viria a ser feita, prometendo ser tão perturbadora, assustadora e violenta que o primeiro jogo a ponto da própria Red Barrels ter anunciado que o jogo viria com fraldas personalizadas do jogo para os mais medrosos utilizarem enquanto estão jogando. As promessas para ele foram tão grandes a cada trailer que Outlast 2 acabou ficando entre os jogos mais esperados deste ano, tanto para os fãs quanto para os não fãs de jogos de terror e ganhando uma hype que nem mesmo certo jogos AAA conseguem hoje em dia. 


    Em Outlast 2 temos uma nova história que se passa em uma área rural no Arizona, onde o casal de repórteres Blake Langermann (que é o personagem que você controla) e sua esposa Lyn Langermann resolvem ir até o local para fazer uma matéria sobre o assassinato de uma mulher grávida de oito meses que morava naquela região, porém, após um acidente o helicóptero onde eles estavam acaba caindo. Ao acordar Blake vê que o piloto do helicóptero foi brutalmente assassinado e que sua esposa desapareceu.
   Chegando na cidade em busca de ajuda, Blake percebe que ele não está em uma área rural qualquer, mas sim em um lugar cheio de fanáticos religiosos  violentos comandados por Sullivan Knoth sedentos pelo sangue de Blake e Lyn, pois, de acordo com Sullivan Knoth, Lyn está grávida e está carregando o anti-cristo em seu ventre, e, para impedir que o fim do mundo aconteça, Blake e Lyn precisam morrer antes dela dar a luz.Em meio a isso existe outro culto rival do  culto de Sullivan, comandado por Val, chamado de Hereges que também está atrás do casal de repórteres.
   Munido apenas de sua câmera com visão noturna e suas pernas para correr muito, Blake Langermann terá que resgatar sua esposa, descobrir o que diabos está acontecendo naquela cidade e sair de lá com sua esposa vivos.


    No geral, a jogabilidade de Outlast 2 não é  muito diferente do seu antecessor. Você não pode se defender dos inimigos, fazendo com que você tenha que correr e esconder dentro de barris, armários ou até mesmo debaixo de camas ou mergulhando dentro da água para que você não seja morto pelos moradores do vilarejo. Também temos a câmera com visão noturna, que desta vez é um item muito mais necessário para a sua sobrevivência do que no primeiro jogo, já que, em Outlast 2 praticamente 80% do jogo se passa em lugares sem iluminação, fazendo com que a câmera seja altamente necessária para você saber para onde ir.
   Uma novidade na câmera é que agora ela ganhou uma função de microfone, que é uma mão na roda para saber mais ou menos a posição dos inimigos quando você está escondido, sabendo assim se é ou não seguro sair do seu esconderijo.
    O cenário também foi trocado. Antes tínhamos um hospício com corredores escuros e apertados, agora, o jogo que se passa em fazendas, florestas e até dentro de uma mina, aumentando assim a variedade de cenários para te deixar os jogadores em pânico.
Apesar de ainda preferir os corredores escuros, tenho que admitir que uma floresta à noite consegue ser um cenário tão assustador (ou até mais) que os corredores escuros e apertados, um dos motivos para isso é o fato dela ser um lugar aberto, fazendo com que você acabe se perdendo facilmente, principalmente quando você está sendo perseguido por inimigos, pois no desesperado de não ser pego, você simplesmente corre igual louco e quando vai ver ou acaba em algum beco sem saída, ou dando a volta no mesmo lugar, fazendo com que você seja morto, caso você não preste a atenção para onde está indo.
  Falando ainda de novidades interessante no jogo, uma delas que foi adicionada no jogo é a possibilidade de trancar as portas, fazendo com que isso atrase os inimigos que estão te perseguindo, te dando assim uma chance de fugir ou se esconder. Isso é uma ótima ferramenta, para despistar os seus inimigos, mas que precisa ser utilizado com cuidado, pois, se você não prestar a atenção ao seu redor, você pode acabar se trancando dentro de uma casa ou cômodo com um inimigo dentro.  
   Outra novidade implantada no jogo foram os curativos. Nos jogos anteriores o personagem recuperava a vida sozinho dos danos do inimigos, assim como acontece em jogos de FPS, já em Outlast 2, Blake necessita de curativos, que podem ser encontrados no decorrer do jogo para poder recuperar a sua vida quando ele é atacado por inimigos. Juntamente com isso, também foi inserido um sistema de inventário, que serve para você ver quantas pilhas e quantos curativos Blake tem disponível   
   Por fim, já puxando o gancho da palavra FPS citado acima, Outlast 2 teve uma mudança nos controles, desta vez seus comandos ficaram totalmente padrão ao de jogos de FPS. Não foi uma mudança tão grande assim, em relação ao primeiro, pois a mudança mais gritante foi a mudança do botão de correr, que antes era no L1 e agora é apertando o analógico, o que é padrão de jogos de tiro. Como disse, nada demais, mas vale a pena ser citado.


    Os inimigos em Outlast 2 estão bem mais ávidos em te matar do que no primeiro jogo. Antes, se esgueirar em buracos ou em frestas fazia com que os inimigos parassem de te perseguir, fazendo com que você pudesse se safar de algumas situações perigosas com uma certa facilidade, já, em Outlast 2 frestas e buracos não fazem com que os agressores parem de te perseguir. E a detecção dos inimigos melhorou muito, principalmente no caso dos chefes. Um exemplo disso é a Marta, uma fanática maluca que te persegue com uma picareta gigante. Uma vez que ela te vê, tentar se esconder dela não é uma tarefa fácil, pois, mesmo se ela estiver longe do seu campo de visão, muitas vezes ela vai direto onde você está escondido. Isso deixa as coisas bem interessantes, desesperadoras e algumas vezes até mesmo frustrante e injustas, principalmente nas dificuldades mais elevadas, onde além deles te acharem mais fácil, os inimigos também são bem mais rápidos do que você, ou seja, se você estiver jogando na dificuldade pesadelo ou insano e te encontrarem, certamente você vai morrer antes mesmo de conseguir começar a correr.


     Ainda falando dos inimigos, Outlast 2 tem uma boa variedade de inimigos prontos para te matar, que, vão desde caipirões portando facões, até monstros sobrenaturais do seu passado, malucos peladões vestidos como animais, e, como se tudo isso não fosse perturbador o suficiente, também temos pessoas com estágio tão avançado e sífilis, gonorreia , HIV e outras DSTs  que ficaram completamente deformados tentando te matar por acharem que sua morte faria com que eles se curassem de suas doenças.
   Infelizmente os chefes do Outlast 2 não são tão legais quanto os de Outlast e Outlast: The Whistleblower, como, Richard Trager ou Eddie Gluskin, porém cumprem o seu papel de serem bizarros e assustadores. Não tem como ficar desesperado ao ver a Marta te perseguindo e gritando igual uma louca quando está te perseguindo, ficar apreensivo em esbarrar com a Val nos corredores apertados e escuros das minas ou com o padre monstro que assombra Blake em suas alucinações ou com a dupla Laird Byron e Nick Tremblay, que formam a clássica dupla clichê de anão cérebro e gigante forte burro que fazem com que Blake vários passe por maus bocados no decorrer do jogo. 

  
   Assim como o primeiro jogo, Outlast 2 também é um jogo curto em comparação aos jogos atuais, que, geralmente exigem no mínimo 10 horas de jogatina para ser terminado. Em Outlast 2 na primeira jogada se você morrer muito e se perder muito (como foi o meu caso) você não vai demorar mais do que seis horas para completar o jogo pela primeira vez, e, quando você decora o caminho todo, duas horas e meia é mais que o suficiente para você terminar o jogo, ou seja, dependendo das suas habilidades, dá para terminar o jogo em uma única sentada facilmente. Mesmo ele sendo considerado pequeno, ele foi feito na medida certa para não deixar aquela sensação de "jogo muito curto" ou a sensação "jogo muito grande a ponto de ficar maçante". E, se comparado ao primeiro jogo, que, facilmente pode ser terminado em uma hora e meia quando se decora o caminho, podemos dizer que Outlast 2 demanda quase o dobro de tempo para ser completado. 
    Ao contrário do primeiro jogo que te dá a história toda de mão beijada, em Outlast 2 é necessário coletar os files espalhados pelo jogo e utilizar a câmera em certos momentos do jogo para que Blake possa gravar algum acontecimento que ajude a complementar o entendimento da história e até mesmo esperar chegar o final para poder ter um total entendimento da trama, ao contrário do primeiro jogo, onde essas gravar e coletar files serviam apenas para um pequeno e quase insignificante complemento para a história. Isso é legal, pois, incentiva os jogadores a jogar várias vezes o jogo em busca de documentos e gravações que ajudem no entendimento da história, fazendo com que você acabe tendo que vasculhar cada canto do jogo para poder ter o total entendimento do que está se passando naquele vilarejo rural do Arizona. 


   Uma coisa que achei bem interessante no enredo do jogo é que apesar de Blake também ser um "avatar que representa você", ele é um personagem que tem uma personalidade bem definida em Outlast 2. A Red Barrels explorou bem a personalidade de Blake, para os jogadores pudessem ver no jogo um personagem que vai além de um simples avatar. Através das alucinações e das interações de Blake com Lyn ou até mesmo com os comentários que ele faz no decorrer do jogo quando grava alguma cena especifica que serve como file no decorrer do jogo podemos conhecer um pouco da sua personalidade, e, até mesmo explorar suas angústias e medos mais profundos. Graças a isso acabamos criando uma certa empatia pelo personagem, pois, podemos ver que Blake realmente é um personagem inserido no jogo com personalidade, que ele tem um passado, medos, dúvidas e que não sabe se vai conseguir sobreviver até o fim da noite, deixando ele um personagem mais carismático,  algo que não acontece com Ethan em Resident Evil 7, por exemplo.


    Quando o assunto é violência, sustos e outros quesitos de terror, posso dizer que Outlast 2 não deixa à desejar. Temos corpos espalhados em todos os lugares, animais mortos, corpos mutilados em todo o canto e cenas de tortura que podem ser perturbadoras para os que têm estômago fraco. Porém, devo admitir que nesse quesito tanto o primeiro Outlast quanto o The Whistleblower conseguem ser bem mais perturbadores do que Outlast 2, principalmente para quem se impressiona mais com esse tipo de conteúdo, pois, eles possuem muito mais cenas de violência explícita, tortura e matança, enquanto a maior parte de Outlast 2 tenta impressionar os jogadores apenas com corpos mutilados espalhados pelo cenário, documentos sobre sacrifícios de bebês, orgias sexuais e muito sangue. Eu pessoalmente achei que eles quiseram pegar mais leve com o segundo jogo, para ficar mais "acessível" para o mundo todo, sem acabar tendo alguma polêmica por causa da censura de algum país (como aconteceu na Austrália, por exemplo) fazendo com que o jogo não seja comercializado lá. Mas, mesmo assim levando em conta padrões atuais de terror tanto em jogos quanto em filmes, não tem como dizer que Outlast 2 deixe de ser uma experiência perturbadora, mesmo estando menos explícito do que o primeiro jogo.



    No geral não tenho muito do que reclamar do jogo, a única coisa que realmente irritava muito no jogo era a duração da bateria no jogo, que acaba tão rápido que até parecia que a câmera do Blake estava viciada. E isso era irritante demais, pois usar a visão noturna consumia uma bateria inteira em menos de cinco minutos e a função de utilizar o microfone da câmera era praticamente inútil, pois consumia ainda mais bateria que a visão noturna, fazendo com que você acabasse deixando de lado uma ferramenta que poderia te ajudar muito a não ser morto para economizar a bateria da câmera.
    Encontrar pilhas também era um pé no saco, pois, tinha poucas pilhas e muitas vezes você acabava perdido no meio do nada esperando alguma coisa te matar para que você pudesse voltar no checkpoint com a bateria da câmera cheia. Eu mesmo na primeira vez que joguei sofri muito por causa disso, muitas vezes eu tinha que acabar me suicidando ou deixando alguém me matar para não ficar perdido no meio do nada sem poder enxergar nada, o que é uma coisa que vai acontecer frequentemente para quem está jogando na primeira vez. 
    Felizmente a Red Barrels consertou isso na atualização que saiu, fazendo com que as baterias da câmera durem bem mais e o uso do microfone agora não consome bateria, o que é uma gigantesca mão na roda para quem não está acostumado a esse tipo de jogo e para quem pretende as dificuldades pesadelo e insano do jogo.
    A dificuldade também é bem hardcore, especialmente para quem está chegando agora. Pelo seu estilo de jogo, Outlast 2 não é um jogo digamos "acessível" para todo mundo, e isso em alguns momentos pode tornar a experiência dele frustrante e até mesmo injusta, inclusive em algumas partes como a da Marta, que, foi citado anteriormente, que, mesmo estando fora do campo de visão dela quase sempre  a Marta vai ir direto no lugar onde você está escondido e te matar. Também temos o posicionamento dos inimigos no jogo, que dependendo do lugar, é uma gigantesca dor de cabeça passar pela primeira vez sem morrer pelo menos uma dúzia de vezes. Alguns desses problemas de dificuldade para jogadores novatos também foram consertados pela Red Barrels, tornando o jogo menos difícil do que ele era, mas, ainda sim desafiador.
    Também vi algumas reclamações do Blake não poder se defender dos inimigos, tirando certos casos onde ele consegue empurrar os inimigos, desarmados que tentam enforcá-lo. A princípio  é mesmo frustrante não poder se defender dos inimigos, especialmente para quem começou a jogar agora, porém, acho que esse é o charme principal do jogo, você ser um personagem medroso bunda-mole e é isso que torna o jogo interessante e divertido. Porém, não vou mentir, que, eu meio que senti falta de um botão de defesa, assim como em Resident Evil 7,  pois, já que não podemos contra atacar os agressores, acho que pelo menos ter um comando de se defender deles seria interessante para você simplesmente não pegar e largar o controle e esperar a morte quando você acabar se trancando dentro de uma casa que tenha um inimigo dentro como eu citei no começo da postagem (odiava quando isso acontecia, diga-se de passagem).


    O que realmente me frustrou no jogo foi a Stamina de Blake. Em Outlast 2, o personagem se cansa muito mais rápido do que nos jogos anteriores quando está correndo. Muitas vezes eu fui morto pelo simples fato do Blake não aguentar correr por tempo o suficiente para fugir dos inimigos e começar a parar de correr para recuperar o fôlego e os inimigos acabarem alcançando ele. E isso é ainda mais frustrante porque como dito anteriormente, os inimigos estão muito mais ávidos em te matar e muitas vezes vão de perseguir por muitos e muitos metros até serem despistados, ainda mais lá para o final do jogo, onde os inimigos praticamente não desistem de te perseguir. Alguns podem dizer, mas isso é legal e deixa o jogo mais realista, realmente deixa o jogo mais realista, porém o cara está sendo perseguido e sabe que se parar vai morrer, então, quem diabos na vida real simplesmente desistiria de tentar fugir e ficaria esperando ser morto, porque ficou cansado? Ainda mais após ver e passar por tudo que ele passa no jogo, certamente adrenalina deve estar correndo nas veias de Blake de tal maneira que eu duvido que ele pararia para descansar no meio de uma perseguição, ainda mais ele mesmo sabendo que tem pessoas logo dele atrás doidos para estripá-lo. 


    Outlast 2 é uma experiência de terror que não se vê todo o dia. Ele é perturbador, assustador, desafiador e ao mesmo tempo muito divertido, viciante e recompensador. Graças a Red Barrels, finalmente temos uma franquia de terror que não tem medo de chocar seus jogadores, mostrando o pior que o ser humano tem a oferecer, tanto no presente quanto no passado de Blake Langermann, sem moderação, sem rodeios e sem meias palavras. Em Outlast 2, a Red Barrels, não só entregou um excelente jogo de terror, ela entregou um dos melhores e mais viciantes jogos de survival horror já feitos até hoje, na minha opinião, com direito até mesmo a uma referência a uma das clássicas cenas do filme O Iluminado onde o corredor é coberto por uma enxurrada de sangue.
    Se você é fã de filmes de terror com muito gore e jogos realmente desafiadores, Outlast 2 é um jogo obrigatório para você. Fora que ele é uma experiência da qual você certamente não vai se esquecer durante um bom tempo.

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THE PUNISHER (JUSTICEIRO) IRON STUDIOS - UNBOXING E REVIEW


    O Justiceiro sempre foi um dos meus personagens favoritos da Marvel desde que comecei a ler quadrinhos. O jeito violento, seus motivos e seus valores de justiça que vão de caminho contrário ao dos heróis convencionais, fizeram com que Frank Castle rapidamente se tornasse um dos meus personagens favoritos da Marvel, tanto é que, ele é um dos meus personagens favoritos da Marvel, perdendo apenas para o Homem-Aranha no meu favoritismo.
    Quando vi que a coleção 2017 da Iron Studios incluía uma estátua do Justiceiro, logo comecei a contar os dias para o seu lançamento, pois, estava doido par ter o Frank Castle na minha coleção de bonecos, já que, apesar de ser um personagem deveras famoso, ele não possuí muitas opções de action figure, e as poucas figuras que ele possui, ou são muito feias e de qualidade duvidosa ou muito caras, então, ter uma terceira opção que mais além de ser mais em conta, também é de ótima qualidade certamente seria uma aquisição certa para a minha coleção.
     Então, sem mais delongas, vamos dar uma conferida no boneco do Justiceiro produzido pela Iron Studios?


    A primeira coisa que achei legal é a frase escrita na parte de cima da caixa "Si vis pacem, para bellum" que é uma provérbio em latino que significa "se quer paz, prepare-se para a guerra" do autor Publius Flavius Vegetius Renatus. Uma frase que combina com a proposta do personagem, porém, nunca vi essa frase sendo utilizada em algum quadrinho do Justiceiro (se tiver, por favor me atualize). Então, sinceramente falando não vejo motivo nenhum para ela estar estampada na caixa do personagem, a não ser, para servir de curiosidade e aprendizagem (levando em conta que você vá pesquisar na internet o que isso significa).


    Assim como a maioria das caixas da Iron, a do Justiceiro também possui uma abertura com velcros na caixa, para você poder dar uma espiada na figura, porém eu realmente preciso dizer. Essa ideia da Iron Studios de tapar mais de setenta por cento do conteúdo da caixa e do boneco é uma droga! Vou exemplificar porquê eu não gosto disso através de dois exemplos:


    Ao lado da caixa do Justiceiro tenho as caixas do Batman do Frank Miller da coleção Arkham City da Play Arts Kai e do outro lado tem o Predador versão 8 bits da Neca. Ambos possuem "portinhas" presas com velcros na frente da caixa para você dar uma olhada no boneco. Tanto o Batman da Play Arts Kai quanto o Predador da Neca podem ser vistos por completo. Você consegue ver o boneco de corpo inteiro, ver todos os acessórios que acompanham o boneco, e até mesmo para os mais criteriosos, é possível ver se o boneco possuí algum defeito de fabricação, ou de pintura, graças ao fato da caixa mostrar todo o conteúdo na íntegra. Já nos bonecos da Iron, você não consegue ver nada além do rosto e parte do corpo do personagem. Não tem como você ver o que acompanha o boneco e nem se está tudo certo com o boneco e com a pintura dele. Isso atrapalha até mesmo a venda do boneco, pois, imagina a situação: A pessoa nem sabia da existência deste boneco e se depara com ele em uma loja de bonecos, porém,  a pessoa não consegue ver como ele é. Sua única referência é uma imagem photoshopada do boneco. E como se ainda não bastasse, ainda tem um espaço vazio que deveria ter um arma (vou chegar nesse detalhe daqui a pouco). Sinceramente falando, você compraria às cegas? Eu iria no mínimo ir para casa e pesquisar na internet para ver como a figura realmente é fora da caixa, fazendo com que uma compra por impulso acabe indo por água a baixo. E, eu sei que isso acontece, pois, o próprio predador 8 bits da Neca acabou entrando na minha coleção por puro simples impulso de compra após ter dado uma espiada no conteúdo da caixa.
    Sinceramente, seria mais interessante eles lançarem todos os bonecos em uma caixa normal, onde você não consegue ver nada do boneco como a Kotobukiya faz atualmente com suas figuras da Marvel/ DC e colocar a foto dele na parte de atrás do que fazer uma caixa do qual você nem sequer consegue ver todo o conteúdo dela. 


    Voltando ao boneco, este é o conteúdo da caixa dele. Creio que agora deva ser o momento de eu mencionar o motivo de estar faltando uma arma na caixa. A Iron teve a brilhante (para não dizer estúpida) ideia de vender aquela arma, que seria uma metralhador como uma "versão limitada", que na verdade não é uma versão limitada, pois, não muda nada, eles apenas tiraram a metralhadora da caixa e falaram "se vocês querem o boneco com a metralhadora, venham comprar diretamente na nossa loja". 
    Não é a primeira vez que eles fizeram isso. O Exterminador da Iron Studios também tem essa estupidez de não vir completo nas lojas que revendem seus produtos, fazendo com que você seja obrigado a ir a uma loja deles para ter o boneco completo. O problema é que nem mesmo nas Iron Studios de São Paulo eu consegui encontrar a versão do Justiceiro que vem com a metralhadora. Do que adianta eles fazerem uma edição "limitada" para te obrigar a ir na loja deles e eles não terem o produto? Por que ao invés de arrancarem os acessórios do boneco e para dizer que é uma edição limitada que esgota em menos de um mês, a Iron simplesmente não pega e faz uma versão limitada de verdade? E não era preciso muito, quer um exemplo? Lançasse uma versão com a caveira vermelha para dizer que é a versão "Thunderbolts" do Justiceiro e pronto! A Iron tem uma edição limitada de verdade do boneco. Ou, pelo menos lançasse a versão sem metralhadora em um blister de isopor sem o buraco para a metralhadora, pois, para os desavisados ou novamente aqueles que nem sabiam da existência desse boneco e encontra por acaso na loja. Acha mesmo que eles vão querer levar um boneco com um blister faltando uma arma? Alguns poderiam perguntar para algum vendedor para saber do que isso se trata, mas, certamente a maioria simplesmente vai desistir da compra por achar que o produto veio com peças faltando.


    Por fim, na parte de trás do blister de isopor temos o último acessório, que, é a base do Justiceiro, que por sinal é um bem bacana. Só é uma pena que a parte enfeitada dele fica na parte debaixo, ou seja, todo esse enfeite na base não serve para nada, já que ela fica praticamente invisível.


    Os acessórios que acompanham o boneco são compostos por uma escopeta, uma pistola solta, uma mão segurando a pistola (creio que a metralhadora também acompanhava a mão) a base, e cartuchos vazios da escopeta e a da metralhadora para enfeitar a base. Agora, não me pergunte o porquê das balas de metralhadora estarem presente se a metralhadora não está. Se for para tirar a metralhadora, não seria interessante ter tirado as balas dela também?


   Uma coisa que eu achei estranho no começo, mas depois achei bem legal foi a ideia que eles tiveram de encaixar a mão e a escopeta que vêm com o Justiceiro através de imãs, ao invés de encaixe simples de plástico, como por exemplo os acessórios intercambiáveis da Kotobukiya, evitando assim o desgaste das peças quando o boneco é desmontado, ou caso você queria trocar os acessórios de lugar. Essa foi uma excelente ideia por parte deles. Só é uma pena que o Justiceiro não tem tantas peças extras assim. 


    Agora, vamos falar um pouco da base. A Iron precisa mesmo trocar esse estilo de base encaixada deles por uma base com imã, como a Kotobukiya faz com suas estátuas. Esse estilo de encaixar a base no pé do boneco é horrendo! É difícil de encaixar, é difícil de tirar e toda a vez que você encaixa e desencaixa, não tem como não sentir um certo medo do encaixe da base acabar quebrando dento do pé do boneco.


    Outra coisa que me irrita na base de encaixe da Iron Studios é o fato do boneco nunca ficar certo nela. Um dos pés dele sempre acaba ficando mais alto que o outro, e, não é uma diferença pequena que não dá para perceber, é uma diferença gritante. 


    A diferença é tão grande que dá até para pôr metade da tesoura embaixo do pé dele, e ainda sim vai ficar um espaço sobrando. E isso não é um problema exclusivo do Justiceiro, pois, eu tenho o Batman do "Batman vs Superman: A origem da justiça" da Iron Studios e ele também sofre o mesmo problema quando é encaixado na base (só que menos gritante que o Justiceiro). O boneco fica tão estranho que eu acabo optando por não colocá-lo encaixado na base mas sim apenas em cima dela, pois, apesar de tudo, tanto o Batman quanto o Justiceiro conseguem ficar em pé sem a necessidade de estarem encaixados na base, tornando assim a base apenas um acessório mais cosmético do que uma necessidade para o boneco.
   Eu mesmo não entendo o motivo do pessoal da Iron Studios ter se dado ao trabalho de colocar imãs nas partes intercambiáveis do Justiceiro e não colocarem um simples imã na base e um pedaço de metal no pé do boneco para encaixá-lo melhor na base.


   Apesar de tudo, não tem como não ficar impressionado com a qualidade do figura ao vê-lo montado. Para os padrões de preço dele, tanto o Justiceiro quanto o restante dos produtos da Iron Studios não ficam devendo em nada para outras marcas como a Kotobukiya, que, é a queridinha dos colecionadores de estátuas ou até mesmo as estátuas da DC Collectibles, que, apesar de lindas, custam um valor consideravelmente alto se comparada a outras marcas no mercado. Geralmente qualquer outra estátua de outras marcas custam no mínimo cem reais a mais que uma das figuras padrão da Iron Studios. Isso faz com que suas estátuas da Iron Studios sejam as melhores no mercado no quesito custo benefício, pois, ele possuí um preço mais acessível, e, ao mesmo tempo possuí qualidade igual (dependendo do modelo e da coleção, até melhor) a de estátuas de marcas veteranas no mercado.



     A estátua além de impressionante é muito rica em detalhes e bastante fiel ao personagem. Fora que ele é um personagem que dá bastante destaque para deixar de exposição ao lado da coleção de quadrinhos ou dentro de um expositor junto com outros personagens. Ele é uma figura espetacular. 


    Mesmo com alguns deslizes por parte da Iron Studios, posso seguramente dizer até o presente momento, esta é de longe uma das melhores figures do Justiceiro já lançada. Mesmo com a falta de itens e a base ruim, o Justiceiro ainda é um prato cheio para os colecionadores de action figures e fãs do maior matador de bandidos dos quadrinhos da Marvel, tanto pela sua qualidade quanto pelo seu preço bem mais atrativo que o de outros bonecos nesse mesmo estilo. Em suma, vale a pena tê-lo na sua estante de action figures. 

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SHOVEL KNIGHT: TREASURE TROVE - ANÁLISE


    Se tem um jogo que está na meu top 3 de jogos favoritos desta geração e da geração anterior até o presente momento, esse jogo certamente é o Shovel Knight. Feito pela Yacht Club através do financiamento coletivo do Kickstarter, Shovel Knight é um daqueles jogos que te levam de volta para os anos 80/90 onde os jogos eram simples, divertidos e ao mesmo tempo desafiadores. A Yacht club acertou tão bem no jogo, que, rapidamente ele passou de um jogo indie feito com dinheiro de doadores para um sucesso tão grande a ponto de ser portado para praticamente todos os consoles da geração atual, ter participações especiais em outros jogos (inclusive no Yooka-Laylee) e até mesmo ganhar um próprio Amiibo e uma edição de colecionador para o Nintendo 3ds. Eu mesmo tenho as versões físicas do Playstation 4, Playstation Vita (que foi bem difícil de se encontrar, diga-se de passagem) e o Amiibo dele.


    Desde o seu lançamento, o jogo vem recebendo algumas atualizações gratuitas para todas as suas versões, que vão desde a participação especial de personagens como o Kratos ou os Battletoads (depende da onde você estiver jogando) até campanhas extras com outros personagens como  um dos chefes do jogo, o Plague Knight que ajuda mais ainda no aprofundamento da história do jogo.
 Esse mês Shovel Knight ganhou mais uma atualização gratuita para chamada de "Treasure Trove" e, essa nova atualização trouxe muitas novidades, inclusive a adição de outra campanha, desta se passando antes dos acontecimentos do modo história do Shovel Knight e tendo o Specter Knight (que também é um dos chefes do jogo) como protagonista. Além disso o jogo várias outras novidades que serão comentadas no decorrer da postagem.
    Antes de falar da nova campanha chamada "Specter of torment" vou dar um apanhado geral dos novos conteúdos adicionados no jogo.
    A primeira coisa que preciso mencionar foi a localização para o português do jogo. O engraçado que estava tão no automático explorando o conteúdo extra do jogo, que até demorei alguns minutos para reparar que o jogo estava em português.
     O jogo ganhou umas traduções bem engraçadas, utilizando algumas vezes o vocábulos famosos na
internet que são bastante utilizados hoje em dia, como por exemplo, quando você morre, aparece a mensagem "Deu ruim". Foi uma sacada bem pensada por parte de quem traduziu o jogo (de acordo com os créditos foi o Thiago Araújo). e também foi bem legal da parte da Yacht Club traduzir o jogo para vários outros idiomas na versão Treasure Trove, fazendo com que a pessoa  que mora tanto no Brasil, quanto na Rússia possa jogar o Shovel Knight e entender completamente a história sem necessitar ser obrigado a saber inglês, pois o jogo agora conta com oito idiomas diferentes.
   Além disso, a campanha do Shovel Knight agora ganhou algumas adesões que antes eram exclusivas do WiiU através do Amiibo do Shovel Knight, como o modo multiplayer local.


     O modo multiplayer local é bem divertido, para se jogar com amigos que também curtem jogos antigos estilo aventura e plataforma porém ao mesmo tempo é meio frustrante eles terem feito o modo multiplayer  para ser apenas local e não online. Imagina como seria divertido jogar Shovel Knight com pessoas ao redor do mundo todo ou até mesmo com aquele amigo que não também tem o jogo, mas não tem tempo de ir na sua casa ou vice e versa para jogar uma partida local do jogo.
Também não curti o fato da campanha multiplayer local ser apenas para a campanha do Shovel Knight, assim, deixando de lado o multiplayer nas campanhas do Plague e Specter Knights.


    A atualização também ganhou um modo onde se pode mudar o sexo dos personagens principais do jogo, fazendo com que você possa jogar com uma versão feminina Shovel Knight para resgatar uma versão feminina do Shield Knight enquanto você derrota uma versão masculina da feiticeira. Pode até parecer besteira, mas é uma tipo de besteira divertida brincar com a mudança de sexo dos personagens. E também uma boa sacada para chamar mais a atenção do público feminino, já que o jogo todo é composto por praticamente 90% de personagens homens. O modo de mudança de sexo também pode ser utilizado no modo multiplayer, assim podendo um jogador controlar um Shovel Knight masculino e o outro jogador um Shovel Knight feminino. Bem legal para quando você estiver jogando com a sua namorada ou com alguma amiga em casa.


    O único problema deste modo é que apesar de você mudar o sexo dos personagens, eles continuam sendo tratados pelo seu sexo original nas legendas e nas falas. O caso mais gritante é a Feiticeira, que mesmo quando está em sua versão masculina ainda é chamado de Feiticeira ao invés de Feiticeiro. Eu sei que é uma bobagem reclamar disso, mas realmente não consigo deixar de não reclamar de algo tão besta que eles poderiam ter colocado, mas, acabaram deixando passar.
    Com isso, a campanha do Shovel Knight ganhou uma versão bem mais divertida, fazendo com que valha a pena gastar mais 2 horinhas terminando o jogo mais uma vez para poder explorar essas mudanças divertidas e até o se divertir no modo multiplayer com um amigo.
    Agora, vamos a parte que mais interessa de Shovel Knight: Treasure Trove, a campanha do Specter Knight.


    A campanha "Specter of torment", estrelando o Specter Knight certamente é a principal novidade desta atualização. A campanha dele se passa antes da campanha principal do Shovel Knight e também antes da campanha do Plague Knight. Enquanto Shovel Knight abandona as aventuras com o desaparecimento da Shield Knight, Specter Knight é incumbido pela feiticeira de recrutar cavaleiros ajudá-la em sua dominação, em troca de recuperar a sua humanidade, pois, assim com a Shield Knight ele também foi uma vítima da torre do destino quando a magia de lá foi liberada, sendo, assim transformado no Specter Knight pela feiticeira.


    Ao contrário da Campanha do Plague Knight, no qual houve poucas mudanças nas fases (a maioria foi apenas adaptada para que o Plague Knight pudesse de locomover nela) e a adesão de alguns cenários, as fases do Specter Knight foram completamente reformuladas fazendo com que você não fique com aquela impressão de que você está jogando o mesmo jogo só que com um personagem diferente, que é o que acontecia quando jogava a campanha do Plague Knight. As fases estão completamente diferentes, as músicas são versões remixadas das músicas originais das fases do Shovel Knight e modo de locomoção nas fases do personagem também foram modificadas, O esquema de mapa de fases estilo "Super Mario bros 3" foram eliminadas na campanha do Specter Knight, ou seja, desta vez você escolhe a ordem que quer jogar as fases, pois, todas elas estão abertas e na descrição das fases mostra qual chefe está na fase, podendo assim você escolhe onde quer ir primeiro. Em suma, o esquema de fases dele ficou um estilo mais parecido com os jogos da série Mega man.


    Os chefes também tiveram mudanças na nova campanha. Algumas batalhas os chefes mudam os padrões de ataques ou ganham ataques novos e em outros chefes as batalhas são completamente diferentes, deixando o jogo mais desafiador, pois, desta vez você não sabe o que esperar dos chefes de fases. Um exemplo bacana é o Black Knight, que, na versão Specter of Torment ganhou uma montaria chamado de "Terrorisco", que é uma mistura bizarra de cavalo, rinoceronte e tartaruga.
Além disso, a campanha do Specter Knight também possuí seus chefes próprios, incluindo o chefe final.
    Também foram adicionados alguns inimigos novos nas fases da campanha do Specter Knight, algo, que, juntamente com o design completamente remodelado das fases ajudou bastante a diferenciar ainda mais sua campanha da dos outros dois personagens.


   A jogabilidade com o Specter Knight é muito divertida e gostosa e fácil de se pegar para jogar. Enfrentar inimigos com ele ficou muito mais fácil do que com os outros dois personagens, pois os golpes de sua foice são poderosos e precisos. Sua movimentação e golpes (e até mesmo o estilo do Specter Knight) lembram bastante de jogos de antigos de Ninja, principalmente pelo fato dele conseguir correr pelas paredes e pelos seus ataques de foice quando ele está ar, onde ele ataca diagonalmente para cima ou para baixo, dependendo da posição do inimigo. Esse ataque no ar dele também é utilizado para poder atravessar certas partes das fases onde é necessário utilizá-lo para pular certas plataformas. Esse ataque é uma ótima ferramenta de ataque para enfrentar os chefes ou inimigos que estão a uma longa distância em cima ou embaixo do Specter. Porém, ao mesmo tempo que ele é uma mão na roda, também pode acabar fazendo com que você morra acidentalmente, pois, você não consegue escolher a direção do seu ataque. Quando ele está por acima do inimigo o corte em diagonal vai ser para baixo, e quando está abaixo do inimigo seu ataque vai para cima. Se você não souber bem o momento certo de utilizá-lo, você poderá morrer de besteira em partes que os inimigos estão amontoados no ar ou atacando inimigos que estão muito perto de um precipício. O mesmo problema pode acontecer com a sua habilidade de correr na parede, pois se ele encostar na parede, automaticamente ele começa a correr por ela e depois da um pulinho para trás. As vezes você tem um precipício atrás, e, você quer pular para cima de uma plataforma, mas, se ele acabar encostando na quina da plataforma ou em alguma parede, ele automaticamente vai subir ela e pular para trás, fazendo com que você caia no precipício. Essas habilidades do Specter Knight podem causar muitas mortes acidentais se você não se policiar na hora dos pulos e no momento certo de usar seus ataques aéreos.
   Fora isso, o Specter Knight também pode surfar em sua foice em alguns momentos do game para alcançar certos lugares ou para enfrentar um dos chefes do jogo. No geral não serve para nada, mas, diga-se de passagem é muito divertido ficar surfando e fazendo manobras em cima de uma foice. 


   Assim como o Shovel e o Plague, o Specter também possuí  itens especiais e melhorias em sua armadura que podem ser adquiridas no decorrer do jogo ou compradas na torre do destino antes de entrar em alguma fase utilizando dinheiro ou caveiras vermelhas que você coleta no decorrer das fases. Os itens que o Specter Knight possuem são chamados de "caprichos", e,  ao contrário dos itens dos outros personagens, os itens do Specter podem ser melhorados, fazendo com que seus caprichos possam dar mais dano nos inimigos ou fazer com que seus efeitos durem mais.
   Uma coisa interessante de se mencionar sobre os caprichos é que o comando para utilizá-los foi modificado na campanha do Specter. Nas outras campanhas o comando é para cima e quadrado para utilizar o item, já, jogando como Specter Knight o comando foi mudado para apenas apertar o botão triângulo. Pessoalmente falando eu achei melhor trocarem o comando, porém também tenho que dizer que após jogar duas campanhas utilizando para cima e quadrado, foi meio difícil me acostumar a apertar o triângulo para utilizar os itens do Specter.


   Apesar de ainda não ser melhor que a campanha do Shovel Knight nos quesitos fases, diversão e desafio, certamente a campanha do Specter Knight é muito melhor que a do Shovel Knight no quesito história. Eles exploram muito bem o personagem e fazem um ótimo uso de fases flashbacks que acontecem entre as fases da sua campanha para mostrar vida, quando ao invés de ser o Specter Knight ele era chamado de Donovan e também através das fases flashbacks vemos como ele acabou se tornando um dos cavaleiros da Ordem Inclemente.
    O interessante da história do Specter Knight é que ele é mostrado como uma vítima da feiticeira e que em momento algum ele está de acordo com os planos dela, ele só está fazendo o que faz para poder tentar recuperar a sua humanidade que foi roubada pela feiticeira, e, ao mesmo tempo para manter uma promessa que ele havia feito a seu melhor amigo chamado Luan, que, morreu na Torre do destino. Por esses motivos ele acaba sendo forçado a servir ela, como um dos seus cavaleiros da Ordem Inclemente.
   No decorrer da história você acaba vendo ele não apenas como um vilão malvado da Ordem Inclemente, e, no final da história não tem como você criar uma certa empatia com personagem, pois, você entende que ele acabou se tornando o que se tornou para poder manter a promessa que ele fez para o seu melhor amigo. 


    O principal problema da campanha Specter of torment na minha opinião é que ela é muito fácil que dos outros personagens. Specter Knight tem golpes e magias e armaduras muito melhores, muito mais poderosas  e até mesmo muito mais roubadas que os outros personagens. Seus ataques normais e seus itens fazem com que a maioria das fases e das batalhas contra os chefes acabem ficando extremamente fáceis, principalmente se você upar seus caprichos. Ele até mesmo possuí armaduras que te impedem de morrer na hora caso você caia em um buraco ou em espinhos, fazendo com que você perca apenas uma parte de sua vida e sua magia. Mesmo jogando no New game +, que, possuí uma dificuldade bem mais alta e menos checkpoints, você não terá tanta dificuldade assim para lidar com os inimigos e os chefes do jogo. É mais fácil você morrer caindo em um precipício ou caindo em espinhos de bobeira do que morrer tomando dano dos inimigos e dos chefes.
    Em suma, ele é um tanto quanto poderoso demais, se, comparado com o Shovel Knight e o Plague Knight e isso acaba que fazendo com que ele perca um pouco do charme desafiador que as duas outras campanhas possuem. 


    A campanha do Specter Knight também é curta, dependendo do nível da habilidade do jogador dá para terminar em menos de cinco horas na primeira jogatina e depois quando você já pega o esquema das fases, em menos de uma hora e meia você consegue zerar o jogo. Se você for pegar os coletáveis , comprar e upar todos os caprichos, encontrar todas as caveiras e fazer alguns desafios secundários dentro do jogo, como um desafio de corrida para ver quem consegue escalar até o topo da torre ou uma série de objetivos extras como achar a sala secreta do Specter Knight dá para estender o jogo para até umas dez horas de jogo facilmente.
   Specter Knight também tem seu próprio modo desafio que é desbloqueado quando você termina o jogo com ele. Esse modo também adiciona mais uma ou duas horas de jogo, pois, completar todos os desafios dele não é uma tarefa tão fácil quanto aparenta ser.
     Infelizmente ele não possuí muitas missões paralelas como o Shovel e o Plague Knights possuem em suas respectivas campanhas, mas mesmo assim o conteúdo da campanha do Specter Knight não deixa a desejar.


    Certamente o Shovel Knight: Treasure Trove é não é somente uma atualização, com um ou outro conteúdo a mais, mas sim uma nova experiência tanto para quem já jogou quanto para quem ainda vai jogar. E o melhor de tudo é que tudo isso veio de graça para quem já tem o jogo (para quem não tem, o jogo sofreu um reajuste no seu valor, ficando um pouco mais caro), mostrando que Yacht Club está mais interessada em agradar os seus consumidores e o pessoal que ajudou eles no Kickstarter do que em ganhar dinheiro em cima do jogo vendendo esse conteúdo como DLC separada, para ganhar um dinheiro a mais, como praticamente todo mundo faz hoje em dia. E olha que se eles quisessem, poderiam fazer isso sim,  porque o jogo já está bem famoso e já tem uma base de fãs ao redor do mundo que certamente pagariam um valor a mais para comprar esse conteúdo.
    Shovel Knight: Treasure Trove é um jogo obrigatório para todos fãs dos bons e velhos jogos de aventura 2D da época dos 8 e 16 bits ou para jogadores que nasceram ou jogam video games desde os anos 80/90. Além de ser um ótimo jogo, ele é um dos poucos jogos nesse estilo retrô que realmente te faz sentir aquele sentimento  nostálgico de estar de volta a infância, onde você chegava em casa depois da escola e ficava o dia inteiro jogando video game, em uma época em que os jogos eram simples, divertidos e desafiadores, e, só pelo fato dele resgatar essa sensação em uma época onde gráficos reinam, já faz com que ele seja um jogo que vale a pena ser jogado. Agora some isso a uma ótima trilha sonora, ótima jogabilidade, três campanhas diferentes, modo multiplayer, personagens carismáticos e pronto! Temos um jogo que é uma experiência obrigatória para fãs de jogos de retrô. 

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